O termo teve suas origens em hrvat, sérvio-croata que
por sua vez tornou-se Kravat, saindo do alemão para o
francês cravate, referindo-se aos croatas que lutavam
pelo Rei Luis XIV, da França. Entre 1789 a 1799, no
transcorrer da Revolução Francesa, os homens indicavam
sua inclinação política pela cor de seu cravat,
o lenço usado em torno do pescoço. Tendo sido
descoberto pela sociedade européia XIX, o cravat foi
elevado ao cenário militar e político e hoje não
só é aceito como em certos eventos e ambientes,
tornou-se obrigatório. Embora os soldados em Stenkeerke, na
Bélgica tenham sido os idealizadores do uso do lenço
com um nó que deu origem ao cravat, ou gravata, hoje em
dia, uns 600 milhões de homens a usam, na Alemanha cada homem
tem pelo menos umas 20 delas.
Tendo obtido status por conta do fascínio dos franceses
que disseminaram a idéia, a gravata foi fruto, digamos, de uma
composição elaborada às pressas e por conta do
descuido dos soldados franceses aquartelados em Stenkeerke,
surpreendidos por forças inglesas em 1692, pois como não
tiveram tempo de se vestir adequadamente, a solução
para disfarçar o desmazelo foi bolar o truque do lenço.
Contudo, conforme ficou sabido, a novidade não exatamente uma
novidade, já que, segundo peritos na história das
gravatas, séculos antes, guerreiros do Imperador chinês
Cheng (Shih Huang Ti) usavam um tipo de lenço em torno do
pescoço para indicar sua posição.
Considerando que a moda floresceu na Europa, onde o frio favoreceu
sua rápida expansão, a gravata não sofreu
nenhuma modificação quanto ao formato, porém
tornou-se mais acessível e explora designs mais
arrojados. Um gravateiro de New York, Jesse Langsdorf confeccionou
por meio de uma máquina, gravatas, dividindo-as em três
partes de forma que as peças fossem mais elásticas.
Atualmente, temos as adamascadas, as xadrezes, as decoradas, as
pastilles, com pequenas moedas e bolinhas comestíveis
lançadas pela Maison Charvet, as pintalgadas por petit-points,
imortalizadas por Sir. Thomas Lipton, em seda pura dentre outras de
marcas famosas como Roberto Talbot, Salvatore Ferragano, Gucci,
Hermenegildo Zegna, Hermé e Charvet, grandes nomes desse meio.
Mas, se você está em busca da autêntica cravat,
ou gravata croata, o melhor lugar é Zagreb, Croácia,
onde é seguido o padrão original de fabricação
a partir de seda italiana de alta qualidade, twill, woven,
jacquard. A qualidade, o corte, o comprimento, alcançaram
prestígio em todo o mundo, tornando-se marca registrada e
símbolo de grande orgulho.
E você, sabe dar um nó em uma gravata?
Saiba que o nó de uma gravata define sua personalidade,
podendo ir desde o mais simples ao mais trabalhado, sendo
indispensável na sua apresentação conferindo-lhe
charme e elegância, mas, fique atento ao biotipo de cada homem,
já que o tipo de tecido, da gravata, seu material, textura,
design etc., bem como do colarinho da camisa podem interferir
na confecção do nó.
Veja agora alguns tipos de nós, siga as instruções
e aprenda:
-
Windsor – Nó
Inglês: Inventado por Eduardo VIII, duque de Windsor,
apresenta nó bastante cheio e fica muito melhor em colarinhos
largos;
Half-Windsor –
Nó Francês: Ideal para criar volumes em gravatas
finas e que por ser mais conservador combina com qualquer tipo de
camisa;
Four In Hand –
Nó Escorregadio: Fácil de fazer, ideal para
homens altos e corpulentos, se molda ao corpo e cabe em qualquer
colarinho.
Curiosidades:
Segundo Miti
Shitara, professora de história da moda da Faculdade Santa
Marcelina, há registros do uso de lenços no pescoço
por soldados chineses do século III a.C. assim como pelo
Exército na Roma antiga como sudário, não só
para proteger do calor, mas também para estancar o sangue e
limpar a boca;
Símbolo de
poder e predomínio do caráter masculino, teve seu
papel reforçado por um estilo que determinou o peso de seu
valor, o dândi, por intermédio do inglês
Bryan Brummel ('O Belo Brummel').
Além de
calças compridas, colete e casaco, os dândis,
utilizavam golas altas com lenços sofisticados, sem muitos
adereços, jóias ou bordados, mas com nós muito
bem elaborados que teria despertado inclusive a atenção
do Rei da Inglaterra, levando-o a freqüentar a casa de Brummel
para que este enfim, lhe ensinasse os diversos tipos de amarrações,
explica Shitara.
De acordo com
revista Forbes, em 1800, se um homem tocasse o lenço no
pescoço de outro homem, seria tal ato tão ofensivo que
poderia terminar em um duelo, e foi em 1860 que surgiu a amarração
feita a partir de um nó simples, como os nós das
rédeas de carruagens de quatro cavalos.
Durante a
Inglaterra do século XIX, as cravates já eram
de uso dos universitários em regimentos militares, escolas e
clubes. Eram na época, do tipo borboleta. Shitara nos conta
que no final do século fora agregada uma fita mais fina com
um papel que deu origem ao formato que conhecemos hoje. Apesar de
mudar de forma algumas vezes, durante o século XX, “em
1930, época da recessão econômica, ficaram mais
largas, e em 1970 aconteceu algo parecido”.
Aos interessados, fica a dica, maiores informações em: